domingo, 22 de maio de 2016

PROMESSA

Girl with Hair Ribbon - Roy Lichtenstein
1965

     E eu prometo por mim mesma que, a partir do dia de amanhã não serei mais eu. Não esse eu de agora, nem com essa tristeza de hoje, e sim como um novo dia que reflete aos olhos. Grande promessa a minha. Já havia dito isso grandes pensadores há muito tempo e agora eu repito. Quão sábia sou. Não por repetir, mas por decidir. Mudar. Dói? Mudar? Sim!
     É estranho sair do conforto, no entanto minha mente foi ensinada a viver ocupada, assim não pararia como uma máquina sem combustível. Mas minha alma se mexe e se bate tão ofegante e nevosa que sinto dó e extrema tristeza. Não sei descrever, mas preciso agir. Fazer acontecer e realizar.
     O que faço pra sentir esse prazer da felicidade? Ah! Se eu pensar morrerei como tantos outros que tentaram. Só quero descobrir algo para fazer e fazer, por que o que mata é não saber. E concluo: desejo o verbo em minha vida como o peixe à água e as nuvens ao céu. Que os deuses das religiões me ouçam e empurrem lá do outro plano o pó do despertar, e que assim eu surja da escuridão da mente e apareça na claridade do viver.
     E disso declaro ser verdade.


Esse conto também foi publicado anteriormente* como presente e homenagem no blog Carta Aberta, organizado pelo querido Hernandes Augusto da Silva.

*Para esta republicação, houve alterações de palavras

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