segunda-feira, 24 de abril de 2017

Liberdade em si


Senti uma vez a liberdade. Digo liberdade no sentido ideal, até porque nem sempre conseguimos viver às margens da realidade. Não descobri, no entanto, como previam, a solidão. Será mesmo uma a ligação da outra? Senti uma vez. E bem naquele instante quis parar o mundo e guarda-lo em mim para ser eu a morada das felicidades alheias. Quis eu amar tudo e todos na imensidão das oportunidades e correr pelas beiradas das correntezas. Troquei as fechaduras e me permiti arriscar não entrar em casa aquele dia. Não entrei. Fugi das preocupações e senti a liberdade ideal. Fugi dele, dela, só pra sentir o sopro. Corri dos sentimentos conflituosos e decidi resolve-los depois. E, quando o que aconteceu acontecera, quando aquele meu segredo, meu eu, floriu, sorriu... sorri. E digo que, mesmo que eu e ela nos desencontremos para todo o sempre, ainda sim senti eu uma vez e, mesmo que o mundo desabe em rios de liberdade não ideal, eu terei experimentado a vida em si. 

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