domingo, 27 de dezembro de 2015

QUERIDA HADASSA...





Querida Hadassa...

Sabes quem te escreve, não é?
Venho dizer-te que hoje é um dia dos mais especial. É a data marco do que somos. Nos revelaremos ao mundo! Deixamos de ser um plano organizado em folhas brancas e passamos a existir na grande obra daquele que primeiramente nos amou. Consegue se lembrar do instante naquela manhã quando, juntos, exclamamos palavras de alegria ao enxergar lá no fundinho, uma solução para nós dois? Era em uma ocasião repleta de flores e cores, verdes e ventos cantarolando as bênçãos do pai. Uma cena pintada a esmo mas que retratava com todo o cuidado as crianças e suas manobras, piruetas e rodopios num campo gramado. Estava perfeito, organizado e encantado. As árvores floridas se mexiam no ritmo lá e cá, as pigmentações no céu formavam uma aquarela forte, tamanha luz de paz que o sol raiava. As nuvens inquietas moviam-se rumo ao infinito e os pássaros alegres soavam suas notas como forma de gratidão. Confessamos juntos de que a natureza humildemente nos galanteava. Travamos numa prosa deliciosa e então tagarelamos sobre o amor e suas vertentes. Nos olhávamos como forma de reafirmar, que nossos ideias eram os mesmos: embasados no afeto e carinho, contaminaríamos o mundo com nossas forças e contentamentos. Fora um dos melhores dias de todos. Até os animais agitados ficaram tamanha beleza divina que por seus instintos percebiam. Prometemos com jura verdadeira de que não partiríamos e para o bem viveríamos fielmente. Compromissamos também colocar primeiramente a nossa satisfação em viver a qualquer outro plano financeiro ou de carreira. Fora uma decisão difícil se pensarmos naqueles que com muito esforço nos conduziram até aqui. Mas não os esquecemos, unimo-nos para os resguardar de todo o mal, e a eles daremos toda nossa honra e sustento.
Ah! Hadassa, lembra-se dos tantos risos e sorrisos que rancamos um do outro quando caçoávamos das nossas próprias vidas? E das piadas com nomes e sobrenomes e dos erros fúteis que percebíamos em nós mesmos e também das imaginações sobrenaturais do que um dia viveríamos? Foi ótimo, confesse!
            E foi naquele dia, Hadassa, que reconheci a lanterna de caça que tu és. Que entendi que me encontrei da trilha alagadiça que me perdera. Foi quando nos despedíamos com tanta doçura e quando ressoava meu nome, que minha alma verdadeiramente se animava. Eu, Noah até então, tornei-me o Noah da Hadassa, o próprio Noah e Hadassa. Quão satisfeito sou por isso!
            Agora, quero te falar sobre o que sei. Teu nome hebraico não nega o que claramente você é. A mulher protetora, senão a própria proteção. O sossego que resplandece do meu é uma das mais visíveis características em mim. Juntos, a paz e o cuidado. O Senhor é isto, Hadassa, aquilo que nos acalma após uma longa noite de choro e é o que nos protege de todo mal e nos leva ao paraíso da vida eterna. Nós, unidos, devemos resplandecer seu caráter para que os outros sintam este sentimento que agora vivemos com tamanha potencialidade. Não é segredo para ninguém: é somente o amor. O carinho. A paciência. A longanimidade. Há mais de dois mil anos atrás, esta foi sua lição. Por isso tamanho fascínio daqueles que de qualquer modo, o procuravam. Ele era o amigo para as horas amargas e isto faremos em seu sagrado nome.
            Desejo-te toda a sorte. Para que em sua missão, seu objetivo e desejo de amar o próximo seja cumprida. Desejo-te calmaria, para que sejas sensível ao toque do espírito e aquilo que ao seu redor acontece. Que percebas, Hadassa, das maravilhas do viver, do compartilhar, do vencer e do realizar. Ao olhar para o horizonte, que você reconheça a lindeza disso tudo. Porque o horizonte é a analogia do tempo, que sem ser ontem ou amanhã, existe e não existe. O tempo se reproduz Hadassa, não se preocupe com isso. Realmente, não é do nosso comando. Ame-me como eu o faço. Este é o último pedido que tenho, pois você Hadassa, reafirmo, é a minha lanterna de caça.
            De palavra à palavra, de espaço a espaço, vamos nos conhecendo, e assim, nos tornando mais humanos, destarte da humanidade. Amarro este laço que nos junta e preparo-te uma grande ceia de comemoração. A recebo em meu lar para que produzamos tudo do melhor à comunidade. O maior fim disso tudo, é que os corações e as emoções sejam tocadas por nossas palavras e que nossa literatura seja mais que abençoada. Que profetizem sobre ela, para colhermos frutos desse esforço.
            Hadassa, irei me despedir. Não chore e não temas, conosco está O Maior. Ele é o nosso guia e certamente nos conduz ao caminho de glória. Deixe-te consumir do azeite do pai e seja, eternamente, a minha lâmpada. Digo adeus, mas por breve. Tu és minha amada, revelo-te. Despeço-me e honro-te.


Do Noah, com todo o vislumbramento de tudo.
25 de dezembro de 2015



Parto daqui. Este é o início. Então, sejam bem-vindos!


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